O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul cassou, na tarde desta terça-feira (11), a liminar que adiava o início do ano letivo de 2025 na rede estadual de ensino. A decisão, assinada pelo desembargador Eduardo Delgado, atendeu ao pedido do governo estadual e foi comemorada pela secretária de Educação, Raquel Teixeira. As aulas, inicialmente suspensas devido à onda de calor que atingiu o estado, estão marcadas para começar na quinta-feira (13), quando as temperaturas já devem estar mais amenas.
O CPERS Sindicato, no entanto, criticou veementemente a decisão. Em nota, a entidade afirmou que o governo Eduardo Leite (PSDB) “ignora a ciência e a segurança da comunidade escolar”, ao insistir no retorno das atividades em meio a alertas meteorológicos sobre temperaturas extremas e riscos à saúde. O sindicato destacou que apenas 633 das 2.300 escolas estaduais possuem ar-condicionado, o que agrava a situação diante do calor intenso. Além disso, o CPERS denunciou problemas estruturais, como redes elétricas antigas e falta de transporte escolar em 40 municípios no primeiro dia de aula.
Em entrevista ao Jornal do Almoço da RBS TV, a secretária Raquel Teixeira minimizou os problemas, afirmando que “50, no máximo 80 escolas” enfrentam dificuldades significativas e atribuindo parte da responsabilidade às gestões escolares. O CPERS, porém, rejeitou as declarações, classificando-as como “desinformação” e prometeu continuar lutando por melhorias na infraestrutura das escolas e pela valorização da educação pública. A entidade também anunciou que fará visitas a instituições de ensino para documentar e expor as condições reais das unidades.